quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O convívio na adega

Mais uma publicação no Capeia Arraiana, da autoria de Leitão Batista, que podia muito bem estar a referir-se à tradição da Freineda. Deliciem-se com a prosa do autor.


A adega particular é um espaço de convivência que se vai mantendo desde épocas remotas na generalidade das aldeias, ainda que os tempos a isso já não sejam propícios. A situação prevalece muito especialmente nos povoados que se inserem em regiões vinícolas, onde a vinha se mantém como cultura de apreciado rendimento.

Ao invés, há terras em que a vinha feneceu, transformando-se em matagal. Isso mesmo aconteceu nas terras raianas do concelho do Sabugal, onde antigamente todo o proprietário zeloso tinha a sua vinha, que tratava com o devido primor. Sem subsídios de ajuda à reconversão, nas zonas quedadas fora da orla de terrenos demarcados para a produção de vinho, deixaram apodrecer os pipos, dornas, prensas e demais instrumentos da feitura da pinga, ficando os lagares ao abandono ou transformados em arrecadações. Mas ainda há quem resista à pressão dos novos tempos.
Na adega, junto aos pipos e cubas pejados de vinho, o anfitrião recebia os convidados de sorriso rasgado, enxaguava numa tina o pichorro de barro ou de latão, volteava a torneira de madeira e enchia o recipiente, que depois cada um bebia de golpe e devolvia ao adegueiro que repetia o ritual até que a pinga chegasse a todos.
Se a carava era para durar, os amigos apenas sairiam após enjorcarem meia dúzia de canecos, arrancando depois dali para as demais adegas, porque todos, sucessivamente, queriam mostrar franqueza. Era ocasião para se contarem proezas e facécias, largar-se veredicto sobre a qualidade dos vinhos ou até para aprazar lautas patuscadas.
(ler artigo completo por aqui)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Vinho Graminês


Estava eu a rondar os blogs da minha preferência e dou com um texto que, não fora o nome dado à pinga (que na nossa zona não conheço como useiro), o graminês, diria que estava perante um relato do uso dado ao mesmo na nossa aldeia. Fica um excerto do mesmo para vos aguçar o apetite, ou a sede, e, se for da vossa vontade concluir a leitura, podem aceder ao dito através deste link.



"No próximo sábado, dia 4 de Dezembro, o vinho graminês voltará a ser rei em Ruivós, onde restam vários produtores locais que mantêm viva a tradição do trato das vinhas e da consequente produção de vinho. A «Rota das Adegas» levará os convivas, de cacharro de alumínio ao pescoço, a correr as lojas da aldeia onde o graminês jorrará dos pipos e das cubas.
Nos dias de hoje tratar uma vinha é já coisa rara, própria de quem não desiste de defender a tradição. Mas noutro tempo todos cuidavam as videiras com esmero, e vindimavam-nas nos primeiros dias de Outubro, numa jornada de trabalho comunal. Os «gachos» eram transportados em cestos de vime para a dorna assente no chedeiro do carro das vacas. Dali iam para o lagar, onde eram pisados e depois sucessivamente remexidos até fermentar. Já bem fervido o vinho era separado do engaço e transferido para as pipas, onde continuava a fermentação. O engaço era ainda espremido pela prensa, numa operação chamada o «pé», pela qual se aproveitava todo o néctar.
Em dia de são Martinho ia-se à adega de «pichel», ou «pichorro», em punho para se retirar o primeiro briol da pipa. Era a prova, para a qual era uso convidar os amigos. «Tomas uma pinga?», perguntava-se aos que passavam, mostrando-se a devida franqueza. "

domingo, 17 de outubro de 2010

Fazer o pé...

Depois de tirada a maior parte do vinho faz-se o pé. Assim aproveitam-se os últimos litros de vinho e seca-se um pouco o bagaço para depois o colocar a curtir. Passado um mês, mais dia menos dia, vai ao alambique para se fazer a aguardente.

Guardar o vinho...

Depois de ferver alguns dias no lagar é necessário guardar o vinho. Para que tudo corra bem deve haver muito cuidado em entampar as cubas e os pipos. Assim nem uma pinga sai!

Vindima 2010

Mais uma vindima se passou, mais uma festa se fez!
A vinha estava pouco bem tratada, tinha muito feno e frutus silvestres mas até produziu bem!

sábado, 18 de setembro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mais um poema da nossa conterrânea

SOLIDÃO

Olá. Outra vez de volta à minha beira!

Já não era esta a vez primeira,

Espero que seja este o último abandono.

E eu que nem sequer quero ser o teu dono.

Mas sempre aqui estás a ocupar a vagante.

Sempre estás a encontrar-me errante,

Neste mundo que criaste para me perder,

Quem sabe, amanhã morrer.

Cá estás a dar-me o que não desejo,

Não sei porque te deixo

Fazeres de mim o que vai na real gana,

Verdade ou mentira, sempre me engana.

Vá. Deixa-me viver o que sonho,

Que é tão pouco o que tenho.

E também com a miséria que peço,

Voltas logo e cá fico eu, no fundo do poço.

Maldita amiga da dor, do desgosto e da vida.

Porque é que não ficas num dia perdida,

Tal como fico sempre que me acompanhas,

Alimentando-te das minhas entranhas.

Vai. Adeus. Não terás mais para onde ir?

Com tanto sítio! Não me faças rir.

Vai. Deixa viver sozinho este coração...

Já viste logo com o que tu rimas,

SOLIDÃO...

Lurdes Silva

sábado, 28 de agosto de 2010

Libertação da cegonha branca

11:30 - Freguesia de Freineda (Almeida)
Libertação de uma cegonha-branca

Esta ave ingressou no CERVAS após ter sido encontrada por um particular na localidade de Freineda. A ave terá caído do ninho, tendo sido recolhida e entregue à equipa do SEPNA da GNR de Vilar Formoso, que a encaminhou para o CERVAS. Tal como em outras situações semelhantes, o processo de recuperação deste animal envolveu a alimentação, o contacto com animais da mesma espécie e ainda treinos de voo.

Na sua devolução à Natureza participaram representantes da Junta de Freguesia de Freineda e da Associação de Caçadores que a baptizaram com o nome "Vitória".
(Ver o video aqui)

Cegonha branca libertada em Freineda

Libertação de Cegonhas-brancas na Freineda e Vilar Formoso.

Esta Quinta-Feira dia 26 o CERVAS, Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens de Gouveia, vai libertar uma cegonha-branca na Freineda e Vilar Formoso.

O CERVAS - Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (Gouveia) vem por este meio convidá-los a estar presentes nas próximas acções de devolução à Natureza de aves selvagens recuperadas neste centro:

26 de Agosto, Quinta-feira

11:30 - Freguesia de Freineda (Almeida)
Libertação de uma cegonha-branca
Ponto de encontro: Edifício-sede da Junta de Freguesia

Esta ave ingressou no CERVAS após ter sido encontrada por um particular na localidade de Freineda. A ave terá caído do ninho, tendo sido recolhida e entregue à equipa do SEPNA da GNR de Vilar Formoso, que a encaminhou para o CERVAS. Tal como em outras situações semelhantes, o processo de recuperação deste animal envolveu a alimentação, o contacto com animais da mesma espécie e ainda treinos de voo. (copiei daqui)

sábado, 17 de julho de 2010

BARRACA DE STª EUFÊMEA JÁ ABRIU!!!







Há cerca de 15 dias abriu a barraca da Stª Eufêmea. AS tardes têm sido animadas. Há sempre petisco novo para acompanhar os copos. Não deixe de visitar....e não vale fugir! às vezes até há disco jokey para animar as tardes com boas músicas!
Ah, é verdade, chegou o novo cão do Zé Pala! Já é o quarto! Teve azar com os anteriores três que lhe mataram! Sorte para este que agora chegou!

Dia 16 - Feriado Local na Freineda












Hoje foi dia de feira na Freineda. Como sempre, feriado local!
O dia esteve animado! A Cruz esgotou os frangos! Valeu um amigo que resolveu oferecer umas chuletas de ternera. Obrigado Emílio.
Ficam alguns retratos para documentar o dia.

terça-feira, 6 de julho de 2010

5ºs de 60

Um grupo de "quintos" dos anos sessenta está a querer organizar um primeiro encontro de todos os quintos da Freineda, nascidos na década de 60. Foi lançada a ideia de realizar o evento a 14 de Agosto. Aceitam-se sugestões de datas e disponibilidade para organizar.

sábado, 22 de maio de 2010

Trineto de Wellington visita Freineda


Cerca das 17 horas de Sexta-feira, 21 de Maio de 2010 tivemos o prazer de assistir à visita de Arthur Charles Valerian Wellesley, Marquês de Douro, trineto de Arthur Wellesley, 1° Duque de Wellington , acompanhado de sua esposa Princesa Antonia da Prússia , a fim de visitar a casa onde o seu trisavô viveu aquando do comando das tropas inglesas que lutaram contra os invasores franceses.

Os proprietários da casa, Fausto Garcia e esposa, receberam o Marquês de Douro, acompanhados de duas das suas filhas e dos elementos da Junta de Freguesia. Começaram por mostrar ao convidado o Salão Nobre da casa e os restantes aposentos onde Welington viveu, bem como documentos , fotografias e mapas alusivos à época. A visita continuou com a observação da capela e do resto da casa. O Marquês teve ainda a oportunidade de visitar a adega da casa e as cavalariças. Continuou a visita observando a casa por fora e apreciando a placa alusiva à presença de seu trisavô no local e o memorial recentemente inaugurado junto à mesma.


Em seguida foi convidado pelo presidente da Junta a dirigir-se à mesma a fim de assinar o Livro de Honra e lhe ser oferecido o galhardete da freguesia.


A visita continuou com uma passagem pela Igreja Matriz a qual foi do agrado dos presentes. Finalmente, os anfitriões convidaram o Marquês e restantes acompanhantes a subir novamente a casa a fim de tomar um Porto de Honra. Os visitantes despediram-se lamentando não poder estar mais tempo pois ainda tinha um compromisso em Ciudad Rodrigo e já se fazia tarde para o poder assumir sem grandes atrasos.


Biografia

Arthur Charles Valerian Wellesley, Marquês de Douro (19 de agosto de 1945), condecorado com a Ordem do Império Britânico, é o filho e herdeiro de Arthur Wellesley, 8° Duque de Wellington e de sua esposa, Diana McConnel.

Arthur Wellesley nasceu com o título de Conde de Mornington, na casa de repouso Princesa Christian, em Windsor, Berkshire. Ele tem três irmãos menores e uma irmã caçula.

O Marquês foi educado em Eton College e mais tarde em Christ Church, na Universidade de Oxford.

A 3 de fevereiro de 1977, ele casou-se com a Princesa Antonia da Prússia (que não usa mais seu título real), na Igreja de St. Paul, em Knightsbridge, Londres. Eles tiveram cinco filhos:

Arthur Gerald Wellesley, Conde de Mornington, nascido em 31 de janeiro de 1978.
Lady Honor Victoria Wellesley, nascida em 25 de outubro de 1979.
Lady Mary Luise Wellesley, nascida em 16 de dezembro de 1986.
Lady Charlotte Anne Wellesley, nascida em 8 de outubro de 1990.
Lorde Frederick Charles Wellesley, nascido em 30 de setembro de 1992.

Arthur foi patrono de arte britânica na Tate Gallery entre 1987 e 1990, bem como membro do Real Colégio de Arte (1992-1997). No ano de 1999, foi apontado lorde-tenente de Hampshire. No mesmo ano, recebeu a Ordem do Império Britânica por seus serviços às relações britânicas-espânicas. Em 2003, foi apontado comissionário do English Heritage. Em 1° de outubro de 2007, ocupará o cargo de presidente do conselho de King's College, a maior instituição da Universidade de Londres.

domingo, 4 de abril de 2010

Poetisa da Terra!

A minha amiga Lurdes que me desculpe mas a sua poesia tem que ser motivo de publicação pois temos aí veia de poeta!
Aqui fica o resultado da sua inspiração!



"Quem roubou a minha infância, que nem relatos ou fotos deixou, para me dizer um dia que fui gente... criança na mão de alguém...

vida entre muitas vidas e que se volteou no tempo apenas para ter a liberdade de crescer e de se encontrar consigo mesma...

quem roubou à minha infância registos que jamais alguém encontrará...

se eu hoje perguntar onde estive... ninguém dirá de mim...

visitei o convento onde passei a minha infância...

para além das ruínas em que encontrei o convento, descobri com enorme tristeza que alguém resolveu em tempos fazer obras num convento belíssimo e lhe atribuiu formas que também elas já em ruínas, dizem do pouco carinho e do descuido que tiveram... da irresponsabilidade que aconteceu ...

quem ordenou tal desastre ?...

os arquivos das antigas alunas desapareceram...

queimar arquivos com séculos de história não devia ser permitido...

entrei no convento e procurei ... nada ... apenas ruínas e pó e uma desolação de cortar a alma...

num Portugal adormecido, com infinita tristeza descobri que ninguém me registou...

afinal para toda essa gente eu não era ninguém...

não bastaram os maus tratos, a fome daquele tempo, as sevícias e tudo o que de hediondo feriu a minha alma... para descobrir tristemente que afinal tudo acontecia, porque ser abandonada neste país é afinal sinónimo de não ser ninguém...

hoje com profunda tristeza e incredulidade eu pergunto:

-onde colocaram os registos do armazém onde me colocaram ?...

quem desumanamente roubou à minha infância os arquivos do Convento de Vairão ... da Escola Maternal e Profissional de Vairão , como era usual chamar naquele tempo ?...

saí dali e prossegui...

tentei por último a minha mãe...

e ainda com uma leve esperança perguntei: - tem fotos minhas de quando era criança... secamente ouvi.. não...

tudo fica apenas na minha memória...

se alguém puder aplacar a dor que eu sinto de não ser de ninguém e conhecer alguém que tenha fotos desse tempo que contacte comigo...

talvez agora compreenda porque tenho aptidão por proteger os filhos da rua...

afinal sou como eles ... filha de ninguém...

sou irmã do vento ... filha da lua...

Alminha do calvário

Na Freineda este património de cariz religioso existe no Caminho do Calvário, junto ao mesmo, no lugar do mesmo nome. Portugal é o único p...