quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Vinho Graminês


Estava eu a rondar os blogs da minha preferência e dou com um texto que, não fora o nome dado à pinga (que na nossa zona não conheço como useiro), o graminês, diria que estava perante um relato do uso dado ao mesmo na nossa aldeia. Fica um excerto do mesmo para vos aguçar o apetite, ou a sede, e, se for da vossa vontade concluir a leitura, podem aceder ao dito através deste link.



"No próximo sábado, dia 4 de Dezembro, o vinho graminês voltará a ser rei em Ruivós, onde restam vários produtores locais que mantêm viva a tradição do trato das vinhas e da consequente produção de vinho. A «Rota das Adegas» levará os convivas, de cacharro de alumínio ao pescoço, a correr as lojas da aldeia onde o graminês jorrará dos pipos e das cubas.
Nos dias de hoje tratar uma vinha é já coisa rara, própria de quem não desiste de defender a tradição. Mas noutro tempo todos cuidavam as videiras com esmero, e vindimavam-nas nos primeiros dias de Outubro, numa jornada de trabalho comunal. Os «gachos» eram transportados em cestos de vime para a dorna assente no chedeiro do carro das vacas. Dali iam para o lagar, onde eram pisados e depois sucessivamente remexidos até fermentar. Já bem fervido o vinho era separado do engaço e transferido para as pipas, onde continuava a fermentação. O engaço era ainda espremido pela prensa, numa operação chamada o «pé», pela qual se aproveitava todo o néctar.
Em dia de são Martinho ia-se à adega de «pichel», ou «pichorro», em punho para se retirar o primeiro briol da pipa. Era a prova, para a qual era uso convidar os amigos. «Tomas uma pinga?», perguntava-se aos que passavam, mostrando-se a devida franqueza. "

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