segunda-feira, 10 de março de 2008

Poesia dedicada à Freineda

Como referi no post anterior, a Freineda está sempre no pensamento dos seus naturais. Alguns, como a nossa amiga, autora deste poema, utiliza esta forma de escrita para transmitir o seu carinho e saudade que sente pela sua terra.

FREINEDA DOS ANOS 50
Aonde eu nasci e cresci quero recordar
Com os meninos a brincar
Aos guardas e contrabandistas, ao arco peão e ao cão
E no barroco a escorregar até as calças rasgar
Os mais jovens também recordam
Nos bailaricos, o jogo do cântaro
Às voltas pelo povo até ele quebrar
As pândegas que eles faziam para confraternizar
Indo cada um a sua casa
Alguns alimentos buscar
Para depois todos juntos saborearem
Os cantares também recordo
E nos ensaios participar
Para as obras do Patornato poder realizar
E do Sr. Chico Rebelo no seu acordeão tocar
Os mais velhos na labuta do pão ganhar
Uns andavam na estação do caminho de ferro a trabalhar
Na palha, nas amêndoas a descascar,
Nas carapuças de palha para as garrafas de champanhe
Para depois os vagons carregar
De batata de borrego de vinho e marmelos
Para as cidades alimentar
Os carros carregados, pelas vacas puxados
Dos agricultores que não paravam
Até no Domingo, eles sempre trabalhavam
A fábrica da farinha a funcionar
A padaria da estação a cozer
O bom centeio para depois vender
E também dos dois fornos a cozer
Albertina Simões Rico
(continua)

2 comentários:

António disse...

Óptima maneira de recordar as tradições e as ocupações da aldeia, há décadas atrás. Força. É de continuar

ar...preciso de ar disse...

A Tina tem um grande manancial de poesia popular que pode e deve ser divulgada.
parabéns pela iniciativa de mostrares o teu e o vosso amor à terra

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